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CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 21 A 27 DE JUNHO DE 2012
CULTURA EM CIRCUITO
PG 2
www.circuitomt.com.br
FENG SHUI
Por Theresa Pirajá
Theresa é arquiteta,
consultora de Feng Shui e
pregadora oficial de
quadros dos amigos
fengshui@circuitomt.com.br
TENDÊNCIAS
Por Edmilson Eid
Edmilson é arquiteto e
festeiro oficial da
Praça Popular
cultura@circuitomt.com.br
GENUINAMENTE CUIABANO
ATRAINDO A HARMONIA E BEM-ESTAR
OGOSTO PELOGOSTO
Por Elma Rios
Elma é professora de francês,
apaixonada por panelas e sapatos
gosto@circuitomt.com.br
O OVO POCHÊ & A FAROFA
POETAS MALDITOS
Estamos vivendo uma
época na qual tudo e todos
estão se movendo para o
lugar onde têm de estar. As
energias estão tão intensas e
determinadas que nada
mais fica encoberto e
parado. Tudo está vindo à
tona num eterno movimento.
Época esta que é muito fácil
para a harmonização, pois
aquilo que não está de
acordo com o Universo e
com o novo propósito fica
aparente, e o que temos de
fazer é retirar. Não se
assustem se aquilo que
achavam firme e sólido
desmoronar. Não sei de
quem é esta frase: “Se você
faz tudo sempre do mesmo
jeito, como pode querer
resultados diferentes?”. É isto
que está acontecendo,
mudanças a todo o
momento dentro da gente e
à nossa volta de uma
maneira diferente,
resultando sempre em coisas
e atos bons ou ruins. Porém
temos de aceitar e fazer
disso o melhor para um
bem maior. Esta é a única
maneira de atrair a
harmonia e o bem-estar
para o lar e para si mesmo.
Vamos, nesta fase,
aproveitar para fazer uma
bela faxina interna e
externa, de modo que as
vibrações do momento
adentrem na casa e no
corpo. Querendo ou não,
essas novas energias
colocarão a tudo e a todos
no seu devido lugar.
Remexam suas gavetas,
retirem tudo que não usem
mais. Peçam a Deus e ao
Universo para entrarem na
sua mente e limpá-la dos
maus pensamentos, e que
Ele nos presenteie com a
sabedoria para seguir o
caminho da alegria, da
prosperidade e do amor.
Saiba que a energia da
alegria sentida espanta
qualquer mal. Estamos
vivendo um salto quântico.
Todas as moléculas,
partículas do corpo e as
fitas do DNA estão
mudando. Aceitem essas
novas frequências sem tentar
entendê-las ou modificá-las.
Façam como os elementos
da natureza, a terra, o fogo,
o ar e a água, que aceitam
tudo que vem, pois sabem
que existe uma força maior
que a tudo rege com amor
e harmonia. Somente os
humanos discutem e
teimam, começando pelos
nomes diferentes que dão
ao Criador. A energia é
única. Ela é ou positiva ou
negativa ou neutra. A luz é
luz. O amor é amor. O
Criador é criador, e todos
nós somos uma extensão
Dele.
Estou às voltas com o projeto de uma estante nova só
pra abrigar meus livros de cozinha. São livros lindos,
recheados de informações históricas sobra a comida e nossa
relação com ela; cada um deles tem um tempero diferente,
um colorido diferente, uma textura única; cada um nos
remete a um mundo novo de amores e sabores diversos; são
milhares de receitas ora explícitas, ora camufladas, em
contos, poesias, romances, pedaços de papel... É de fazer
babar qualquer um que tenha afinidades, segundas intenções
e outras coisas boas com a comida. Foi no meio de uma
prévia arrumação que achei isto: “O nosso amor é tão bom /
A comida é que nunca combina / Eu sou do carboidrato /
Ela da proteína / Quando encho o prato / Ela termina / Ou:
quando ela faz um ovo pochê / Eu jogo farofa por cima / Eu
sou do carboidrato / Ela da proteína / Abro a geladeira /
Ela recrimina / Nas questões de casal / Não se fala mal da
rotina / Eu sou do carboidrato / Ela da proteína / Quando
eu como bolo / Ela gelatina / Ou quando eu tchum no
macarrão / É quando ela tchan no yogurt / Ela é da proteína
/ Eu sou do carboidrato / A sua saúde / Minha ruína...” (Da
série Amores Impossíveis:
O Gordo e a Nutricionista
/
Mariana Verissimo).
Taí
um amor difícil, mas que pode dar
certo. Quem garante que ovo pochê não combina com
farofa? Sábado passado fui convidada pra uma feijoada no
almoço na casa da Rita e não podia (nem queria) recusar o
convite amigável pra um churrasco à noite, na casa de outra
Rita. Não hesitei, fui, alegremente, comer com as Ritas. Sem
arrependimentos ou culpas, pois desfrutei de uma feijoada
deliciosamente leve (levíssima, acredite!) e, apesar de o
churrasco estar soberbo, foi a farofa amanteigada de cebola
que me encantou. Passei a noite especulando sobre a origem
da tal farinha: É farinha de mandioca flocada, disseram-me.
Que ela viera de
Rondonópolis e que
podia ser encontrada
em qualquer mercado
de lá. Domingo já
estávamos na suposta
cidade natal da
farinha de mandioca
flocada. Mas
domingo o povo
descansa, o comércio
também. Achamos um
único mercado
funcionando e nada
da farinha flocada
Recreio! Essa merece
outra chance. Vou
atrás dela
coûte que
coûte
. Vou fazer ovo
pochê, farofa flocada
de cebola e convidar
uns amigos. Quem
achar que não combina não precisa aparecer.
Bon appétit.
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
cultura@circuitomt.com.br
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clovis Mattos
PAUL VERLA INE – “O PR ÍNCI PE DOS
POE TAS MA LD I TOS ”
Poeta f rancês (30/3/1844-8/1/1896) .
Representante do parnasianismo, é também um
dos l íderes do movimento simbol ista na França.
Paul-Mar ie Ver laine nasce em Metz e estuda no
Liceu Bonapar te, em Par is. Seus pr imei ros
t rabalhos, incluindo Poèmes Saturniens (Poemas
Saturninos, 1866) , são caracter izados pelo
ant i rromant ismo parnasiano.
Casa-se em 1870, mas deixa a esposa e o
f i lho para viver com o também poeta Ar thur
Rimbaud. Em 1873 at i ra no companhei ro após
uma br iga e é condenado a dois anos de pr isão.
A coletânea
Romances sans Paroles
(
Romances
sem Palavras
, 1874) é escr i ta na cadeia.
Ent re 1875 e 1877 ensina francês na
Inglaterra. Em 1883, já de vol ta à França,
al terna per íodos de bebedei ra com momentos de
lucidez produt iva. Com a publ icação de
Les
Poètes Maudi tes
(
Os Poetas Maldi tos
, 1884) e
Jadiset Naguère (1884) , reaparece no cenár io
l i terár io francês como poeta simbol ista de
grande inf luência.
Para ele o som da poesia é mais impor tante
do que seu signi f icado. Também escreve prosas
autobiográf icas, como
Mes Hôpi taux
(
Meus
Hospi tais
, 1892),
Mes Pr isons
(
Minhas Pr isões
,
1893) e
Confessions
(
Conf issões
, 1895) . Morre
em Par is.
A ANGÚS T I A
Paul Verlaine
Nada em t i me comove, Natureza, nem
Faustos das madrugadas, nem campos fecundos,
Nem pastorais do Sul, com o seu eco tão rubro,
A solene dolência dos poentes, além.
Eu rio-me da Arte, do Homem, das canções,
Da poesia, dos templos e das espirais
Lançadas para o céu vazio pelas catedrais.
Vejo com os mesmos olhos os maus e os bons.
Não creio em
Deus, abjuro e
renego qualquer
Pensamento, e
nem posso ouvir
sequer falar
Dessa velha
ironia a que
chamam Amor.
Já farta de
exist ir, com
medo de
morrer,
Como um
br igue perdido
entre as ondas
do mar,
A minha alma
persegue um
nauf rágio
maior.
Manter viva na
memória a história de
uma época, de um povo,
com tradições e costumes
diferenciados, é o que
chamamos de cultura.
Nossa cidade tem
orgulho do espaço
tombado pelo Sesc, que
fez de um grande marco
da época um dois pontos
turísticos mais visitados de
nossa capital. Trata-se do
antigo Arsenal de Guerra
da Capitania de Mato
Grosso, inaugurado em
1832 com o estilo
arquitetônico neoclássico
franco-lusitano. Detalhes
que marcam a construção
são o grande pórtico da
entrada principal, portas e
janelões. O piso do hall
de entrada é feito com
balas de canhões.
Preservando e
recuperando totalmente o
prédio, a implantação de
todo o complexo de
cultura e lazer não teve
nenhuma interferência
construtiva na edificação
existente. Somente o
Espaço da Choperia é
que foi construído numa
linguagem arquitetônica
moderna, contrastando
com a edificação antiga.
O Sesc Arsenal, como
é hoje chamado,
simboliza uma história no
antigo prédio do bairro
do Porto, respeitando o
tombamento histórico e a
necessidade técnica do
projeto de arquitetura a
ser implantado. Abriga
espaços como teatro,
biblioteca, oficinas,
galeria de arte,
artesanato, danças,
cinema com 78 lugares,
choperia, salão social,
centro de difusão e
realização musical e uma
área descoberta, tudo
transmitindo encanto a
nossos olhos. Todas as
quintas-feiras o Sesc se
transforma num dos
lugares mais frequentados
de nossa cidade, com
espaço que expõe e
comercializa o que há de
melhor do nosso
artesanato e gastronomia.
Shows e atividades de
artes encantam nosso
povo e turistas, com a
marca da diferença nas
tendências regionais.
Vale a pena conferir e
se orgulhar desse marco
tão importante de nossa
cidade: Arsenal de Guerra
(1832).